Claúdio Caldas

Benza Deus !
Parabéns, madrinha de nós todos
Poeira, ôôô... ainda dá pra ser feliz
O porta-curtas da Petrobrás
Samba, cadê você?
Obrigado do fundo do meu quintal
A vida nos faz assim
Meu tempo é hoje
O Prazer da Serrinha e o meu

 

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Serviço de Utilidade Pública

vivos (que eles não morrem nunca)
pelo crime de fazerem samba verdadeiro.

Recompensa para quem encontrar: a melhor música que você poderia esperar.


Mano Décio da Viola

Seu verdadeiro nome é Décio Antônio Carlos. Ele nasceu em Santo Amaro da Purificação, na Bahia, em 1909, mas foi registrado em Juiz de Fora, MG. Sua família logo se mudou para o Rio e em 1916 o garoto Décio foi morar, quem diria?, no Morro de Mangueira. Aos 13 anos já trabalhava e logo ficou amigo de Cartola, Carlos Cachaça e outras companhias pouco recomendáveis... Foi só em 1934 que se mudou para a Serrinha, em Madureira, e passou a freqüentar a escola de samba Prazer da Serrinha. Aí ninguém mais segurou o rapaz, que se tornou um dos maiores sambistas de todos os tempos, parceiro de gente como Silas de Oliveira e D. Ivone Lara. Seu nome está ligado de forma indelével ao Império Serrano, não fosse ele um dos autores de Heróis da Liberdade... Em 1984 resolveu ir fazer sambas lá no céu, meio desconfiado, porque o lugar é azul e branco.


Nélson Cavaquinho

Seu verdadeiro nome é Nélson Antônio da Silva. Esse é carioca mesmo, nasceu em 1911, na rua Mariz e Barros, na Tijuca. Seu pai tocava tuba na banda da Polícia Militar. O filho herdou a vocação musical e também o emprego. Foi o pior soldado da história da PM, segundo o testemunho isento de Cartola. Mas em compensação foi um dos maiores sambistas de todos os tempos. É responsável por Juízo Final, Folhas Secas, Rugas, A Flor e o Espinho, Luz Negra, Notícia, entre outras. Teve vários cúmplices, sendo o mais constante Guilherme de Brito. Nunca foi de fazer samba-enredo, mas seu coração sempre foi verde e rosa. Ele começou como músico tocando cavaquinho em rodas de choro, daí o apelido. Mais velho, adotou o violão, que tocava num estilo inconfundível, com baixos fortes e marcados. Foi para o céu em 1986.


Ismael Silva

Seu nome completo é Mílton de Oliveira Ismael Silva. Nasceu no bairro de Jurujuba, Niterói, em 1905. Aos três anos se mudou para o Rio. É um dos responsáveis por essa coisa chamada samba, que antes dele cheirava mais a maxixe e não pegava no Carnaval. Como se não bastasse, foi fundador da primeira escola de samba, a famosa Deixa Falar, do Estácio, claro. Maquinou melodias e letras com gente notória, como Noel Rosa e Bide. Foi gravado por Chico Alves (que, aliás, "assinou" vários sambas que eram do Ismael), Mário Reis, Cyro Monteiro. Vocês se lembram de Se você jurar, Antonico, Nem é bom falar? São dele. Além do Estácio, freqüentava Salgueiro, Mangueira e outras. Em 1978 resolveu descansar um pouco, antes de começar nova carreira lá nas alturas. Sorte dos anjos...


Noel Rosa de Oliveira

O que pode se tornar um sujeito chamado Noel Rosa e nascido no morro do Salgueiro? Sambista, claro. Mas além disso, esse salgueirense de 1920, foi também pedreiro, cervejeiro, ceramista, soldado do Exército e da Aeronáutica, motorista, funcionário público. Mas acima de tudo foi um grande autor de sambas-enredo, como provam Chica da Silva e Zumbi dos Palmares, ambos de parceria com o Anescar. Também foi um grande puxador de samba na avenida, que me desculpe o Jamelão pelo termo. Além de fazer maravilhosos sambas de quadra. Começou a compor aos 13 anos e só parou em 1988, quando nos deixou. Mas sua música ficou. Pra sempre, espero.


Alcides Caminha

Alcides Aguiar Caminha, nascido no Rio em 1921, foi um sambista bissexto, mas deixou sua assinatura em duas parcerias com Nélson Cavaquinho que já bastam para o currículo de qualquer um, A Flor e o Espinho e Notícia. Por que a inclusão deste pacato senhor, pai de família exemplar e funcionário do Ministério do Trabalho, aqui neste ninho de cobras? Porque ele também foi um dos autores mais lidos da literatura brasileira, coisa que só se soube nos anos 80. Seu pseudônimo era Carlos Zéfiro e se alguém que foi adolescente nas décadas de 60 ou 70 disser que não o conhece está mentindo. Esse grande artista nos deixou em 1992, mas sua herança instrutiva ficou.


Noel Rosa

Noel de Medeiros Rosa nasceu em Vila Isabel no ano de 1910. Era menino de família, estudou no Colégio São Bento e fez o primeiro ano da Faculdade de Medicina. No ambiente sadio da casa paterna aprendeu a tocar bandolim e violão. Foi um erro. Começou com as serenatas com o irmão, festejando as meninas do bairro. Depois se bandeou para o samba. Entrou para o Bando dos Tangarás, com os amigos Braguinha e Almirante, fez marchinhas de Carnaval com Lamartine Babo e sambas com Cartola. Não saiu mais dos botequins nem da orgia, filósofo do samba que foi, a não ser quando nos deixou, em 1937, aos 26 anos, e se tornou imortal.