Cláudio Caldas

O Prazer da Serrinha e o Meu

Ainda não havia findado 2004 e, num domingo sem graça, em meio a um almoço caseiro, vejo, num programa de tv, um grupo tocando samba. Logo me interesso, aumento o volume e percebo que é coisa séria. Da melhor qualidade. Fico sabendo então que se tratava do Grupo Semente e a cantora Teresa Cristina. Gente jovem reunida e levando sambas bonitos de Candeia, Paulinho da Viola, Monarco e Élton Medeiros. Sigo acompanhando e escuto outras belas canções, do mesmo ritmo, desconhecidas aos meus ouvidos. Mas como que eu nunca ouvi falar nessa gente?

É simples. Enquanto existem centenas de rádios, jornais, revistas, sítios eletrônicos e canais de tv divulgando o que precisa ser vendido, apenas poucos meios de comunicação ousam tocar no assunto samba. Olha, pode não vender muito como eles gostariam. Mas este ritmo está no nosso gosto e temos muita gente - entre compositores, cantores, ritmistas e instrumentistas - que são craques na matéria.


Paulinho da Viola e Monarco

É daí que me veio a vontade de voltar a viver o samba. É o meu prazer... é o Prazer da Serrinha, nome original da Escola de Samba Império Serrano - do meu coração. E já que temos este espaço, estou me comprometendo a ter este prazer de falar de samba nesta coluna, não por acaso, batizada de "Mora na Filosofia". Aliás, um dos belos sambas de Monsueto, autor também de outras belas páginas como "Me deixa em Paz" e "A fonte Secou", eternizadas por vozes como Alaíde Costa e a Divina Elizete Cardoso.

Monsueto

E por falar em prazer, moçada...o que você tem feito para ter um grande prazer de viver? Juntado dinheiro pra comprar um carro novo ou trabalhado como um condenado pra poder fazer uma viagem ao exterior? Incrível como a gente complica. Procure descobrir algo que lhe dê imenso prazer e você perceberá que ele está a seu alcance e custa muito pouco. Quer uma dica: reúna amigos, ouça bons sambas, divida com eles o prazer de tocar um violão, um cavaquinho, um pandeiro e tomar umas cervejinhas num papo pra lá de desestressante.

Eu já decidi: em 2005 eu vou me dar o prazer de viver o samba. Cultivar e divulgar as canções que me fazem muito bem... os grandes artistas. Você acha que vou gastar muito com isso? Claro que não. A gente vai se ver muito aqui na coluna "Mora na Filosofia". Estamos marcados?

 

 
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