Da série: "O brasileiro não desiste nunca!"

DEPUTADO QUER BICHO COM NOME DE BICHO

Ainda bem que o Brasil pode confiar em seus parlamentares. Nesta nação em que todos os problemas já estão resolvidos, ainda assim o deputado Pastor Reinaldo não esmorece e corre atrás daquelas minúcias que, na verdade, têm uma importância primordial. Como não pensaram nisso antes? Bicho tem de ter nome de bicho. Só porque sua sogra se chama Cacilda você não deve dar o mesmo nome àquela jararaca que mora perto do riacho do seu quintal. Imagina se alguém der o nome de Reinaldo a um prestimoso muar? Como se sentiriam os pobres animais? Um projeto do Deputado Pastor Reinaldo resolve o problema. Uma vez publicada, a lei proíbe terminantemente que bichos tenham nome de gente. Haverá multas e penas de prestação de serviços. E ai daquele que reclamar que está sendo tratado como um cachorro! Só não fica esclarecido o caso daquelas pessoas que têm nome de bicho. Afinal, se eu não posso chamar um molusco cefalópode do gênero Loligo de Luís Inácio, não é justo que um presidente se chame Lula.

 

Joelho por joelho... sou mais o da Nara.

Estava lendo a revista Bravo (já sei, vai dizer que ler a Bravo é coisa de viado, mas isso é puro preconceito) quando vejo a foto ao lado e me inteiro de que é uma cena do clássico filme francês (o quê? clássico filme francês? coisa de viado!!!) chamado "O joelho de Clara". Cara, bateu uma nostalgia daquelas. Quem se importa com os joelhos da Clara quando conheceu os joelhos de Nara?! Ah, os joelhos de Nara Leão! Quanto eram citados na imprensa escrita, falada e televisada dos anos 60. Eu daria pelos joelhos de Nara o mesmo reino que Manuel Bandeira dava pelas Três Mulheres do Sabonete Araxá. Quem dera o morro ao fundo da foto fosse um dos Dois Irmãos, a água fosse da Lagoa Rodrigo de Freitas, o barbudo embevecido fosse eu e as pernas subindo a escada (da fama, da glória, da imortalidade !!!) fossem da Nara.

P.S. O outro redator disse que esta nota parece coisa de viado.

 

OS ESPECTROS E OS VELHOS MISTÉRIOS DO ALÉM

O que se passa após a morte é um mistério insondável para os seres humanos, apesar das teorias imaginosas de muitas religiões. Mas às vezes tais assuntos me parecem ainda mais misteriosos. Há poucos dias li no jornal cearense O Povo a triste notícia da morte de dois jovens soldados da Aeronáutica, cujos corpos baleados foram encontrados nas dependências do quartel. O comando da base estava considerando a hipótese de suicídio seguido de homicídio. Para o bem da minha fé irrestrita na eficiência de nossa força armada voadora, espero que tal ordenação lógica dos fatos tenha sido feita pelo jornal e não pelo oficial encarregado das investigações. Mas enquanto me apegava à lógica, vejo na CNN a notícia do sucesso comercial que a firma espanhola de Internet Global Spectrum está auferindo. O produto oferecido? A possibilidade de as pessoas passarem e-mails depois de mortas. Tem vendido horrores, na Espanha, no Brasil, nos EUA, por toda parte. E é caro, o pacote mais simples custa 8 euros, pagos todo santo mês em que a pessoa continuar viva. Não vou nem tentar entender como a coisa funciona. Só gostaria de saber se pobres como eu, que já defuntos terão no máximo uma cova rasa, teriam direito a uma conexão de banda larga... ou de espectro amplo, para manter o tom.

 

Uma orgia americana que não seja de sangue?!?! É ruim, heim.

Deu no Jornal do Brasil: "NOVA YORK - Ele é um exemplo de conservadorismo na Suprema Corte dos Estados Unidos, o juiz preferido do presidente George Bush, e o parceiro de caça do vice-presidente, Dick Cheney. E argumenta ferozmente contra o direito ao aborto e à favor de leis anti-sodomitas. Mas Antonin Scalia tem um outro lado, até agora desconhecido: ele acredita que seria bom se os americanos participassem de mais orgias sexuais". Eis uma opinião sensata, ainda que tenha sido emitida por uma eminência do mais insensato gorverno que já regeu o império americano. Nota-se entretanto o dedo do amador: onde já se viu orgia sem sodomia? E como se resolverão as conseqüências inesperadas das orgias se não houver aborto? O cara não estava falando sério, provavelmente estava no estado habitual do chefe Bush, ou seja, bêbedo. Uma boa orgia faria tremer nas bases a divindade máxima da América, a Hipocrisia. E se a orgia e a sabedoria, alem de rimarem, andam juntas, como demonstrou a Grécia clássica, a hipocrisia só rima com opressão e morte. E estas duas tristes senhoras ainda são as preferidas dos americanos.