Scotland Dirty Harry Yard

Faz bem uns oito anos que eu venho dizendo que o novo milênio nos traria também uma nova Idade Média, por obra e graça de uns povinhos anglo-saxões tarados, no pior sentido que esta palavra possa ter. Não deu outra. Até a Scotland Yard, símbolo de comedimento e eficiência, na hora de optar por uma nova filosofia, preferiu Dirty Harry a Harry Potter e agora primeiro atira, depois faz as perguntas.

E não foi só o brasileiro otário, mineiro que sonha com o primeiro mundo, que foi vítima da nova sanha assassina dos antigos heróis de Agatha Christie e P.D. James. Também o escocês Harry Stanley (outro Harry!) foi fuzilado, no bairro londrino de Hackney, apenas porque portava um pé-de-mesa. Pera aí! Um pé-de-mesa talvez seja uma arma, mas creio que arranca mais gritos de prazer do que de dor. Não importa que complexos de inferioridade ele possa despertar nos antigamente simpáticos bobbies, isto não é razão para apagar o bem dotado escocês. Isto se deu em 1999 e até agora a Justiça de Sua Majestade ainda não resolveu o caso. Tudo é possível, de hoje em diante, na loura Albion. Até David Gilmour e Roger Waters tocaram de novo juntos, no show do G8, para acabar com a fome na África. Claro, os africanos vão continuar com fome, mas o show foi um tremendo sucesso.
Enquanto isso as vacas muito loucas do Principado de Liechtenstein estão com um problema. Não, não se trata da encefalite espongiforme bovina, mais conhecida como Doença da Princesa Diana (ou vaca louca, segundo a rainha), mas da nova lei que proibiu a alimentação do gado leiteiro com cânhamo, ou Cannabis sativa, para os mais íntimos, maconha. É isso aí, cortaram o barato das vaquinhas liechtensteinianas, demonstrado que se aquele principado de opereta é um paraíso fiscal não chega aos pés da Holanda em matéria de outras paradisices menos palpáveis. Os criadores alegam que o cânhamo deixa as vacas mais calmas e o leite sai melhor. O governo nega. As pobres vacas levam a pior.

Firme e forte após 29 mil anos

Falando de coisas mais interessantes, foi achado na Alemanha um pênis de pedra de 29 mil anos, ainda perfeitamente erecto e triunfante. Considerando que o homem moderno, dito sapiens, chegou naquelas bandas há 30 mil anos atrás, não demorou muito para estabelecer um artesanato de alto nível. Mulheres e brucutus gays serviram-se amplamente da produção local de simulacros lúbricos, que certamente tinham um sentido religioso e propiciativo para a caça, e outras bobagens mais que os arqueólogos costumam sacar. Só quem provavelmente não seria freguesa dos artefatos seria a comandante Cresseda Dick, a machona da Scotland Dirty Harry Yard que liberou geral o fuzilamento do mineiro Jean. Com esse nome, ela já deve ter equipamento próprio. Afinal, os maiores machos da Inglaterra, de Elizabeth I a Margareth Tatcher, sempre foram as mulheres.